Assassinatos, fugas e rebeliões viraram notícias nas primeiras semanas deste ano. Em todos os casos, a receita é muito parecida e inclui superlotação e completo desrespeito aos direitos humanos. O que pouca gente diz é: não é necessário ir até a Holanda para provar que não precisa ser assim. Um modelo prisional nascido bem aqui, em terras tupiniquins, há mais de 40 anos é reconhecido internacionalmente. Nessas quatro décadas, os hoje mais de 40 estabelecimentos que adotam o método nunca registraram uma morte ou rebelião em suas dependências. Trata-se da Associação de Proteção e Amparo ao Condenado (APAC).
A última edição da revista A ESTRELA foi em uma dessas unidades, em São João del Rei. Lá, a maioria deles já cumpriu alguns anos de pena no presídio da cidade antes de conseguirem suas transferências. “Me deram garfo e faca para comer”, “vi aquele chão todo limpo”, “bebi água gelada”, é o que dizem quando perguntamos sobre o primeiro dia na APAC. Para A ESTRELA, dois deles aceitaram voltar ao presídio, dessa vez como jornalistas. Ficaram chocados e nitidamente abalados com a visita. A impressão que tiveram está na matéria “O cheiro do inferno”, nas páginas da publicação. Um pouco sobre a experiência deles também pode ser visto nesse vídeo.